O ano de 2020 nos convida a refletir sobre como vivenciamos os espaços públicos de nossas cidades, nossas dinâmicas de trabalho, relações pessoais e padrões de consumo. Na medida em que estamos mais atentos às disparidades sociais e aos desafios ambientais da atualidade, a sustentabilidade ganha protagonismo.
A sociedade pós pandemia será diferente da que conhecemos. E enquanto ensaiamos como estaremos vivendo, nos relacionando e consumindo, algumas tendências de sustentabilidade se fortalecem. Ao que tudo indica, haverão mais negócios buscando impactar positivamente nossa sociedade e nosso planeta. Elegemos as três tendências de sustentabilidade que estarão cada vez mais presentes nos produtos que compramos e nas empresas que admiramos.
MITIGAÇÃO PARA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Temos apenas dez anos para assegurar que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse 1,5 Cº acima dos níveis pré-industriais. Com eventos extremos cada vez mais intensos e em maior número, a mitigação climática aparece como uma tendência tanto para grandes empresas, como para pequenos empreendedores.
Além de iniciativas como a das mais de 220 empresas que se comprometeram a usar 100% de energia renovável (http://there100.org/companies), houve também, entre 2000 e 2019, um aumento de 90% na divulgação de dados sobre a emissão de gases de efeito estufa nos relatórios anuais corporativos, o que indica que além de implementar iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, existe um esforço em comunicar estes avanços para a sociedade.
SOLUÇÕES CIRCULARES E TRANSPARÊNCIA NA CADEIA DE FORNECIMENTO
Da indústria da moda à de produção de alimentos, consumidores estão cada vez mais atentos a informações sobre ética empresarial, direitos humanos dos envolvidos e o impacto ambiental de todas as etapas da produção. De acordo com a GlobeScan, 91% dos consumidores leem o rótulo dos alimentos e a crescente procura por certificações de comércio justo e origem da matéria prima, assim como metodologias de análise do ciclo de vida dos produtos pressionam o mercado a oferecer soluções circulares, onde o impacto ambiental do produto é avaliado em sua totalidade. A tendência é que os produtos de menor impacto sócio ambiental ganhem espaço nas prateleiras e na preferência dos consumidores, norteando as relações entre empresas e suas cadeias de fornecimento.
ESG E SISTEMAS FINANCEIROS SUSTENTÁVEIS
O financiamento para a sustentabilidade, ainda em pequena escala, entrou no mainstream. Instituições financeiras e investidores se concentram em indicadores ESG (Environmental, Social and Governance – indicadores ambientais, sociais e de governança) para avaliar riscos e oportunidades, e consequentemente direcionar seus investimentos. De acordo com a Comissão Global de Economia e Clima, serão necessários 90 trilhões de dólares de investimento nos próximos 15 anos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os desafios climáticos. Uma oportunidade para quem optar por trilhar o caminho dos negócios sustentáveis. Linhas de crédito com taxas reduzidas, carência e prazos alongados a negócios de impacto positivo já são realidade, um exemplo é o CoVida20 (www.covida20.com.br), programa para manutenção de emprego e renda durante o Covid-19.