Sustentabilidade

#5 Passos para a retomada pós-Covid

Acadêmicos holandeses sugerem novo modelo econômico pós pandemia; Holanda tem alto índice de mortalidade

Nesta semana, a Holanda – um dos países mais afetados pelo coronavírus – ganhou destaque positivo ao sair na frente no debate efetivo de pensar modelos econômicos factíveis para o período pós crise, provocada pela pandemia de Covid-19.

Nesse contexto, 170 acadêmicos holandeses assinaram um manifesto que prevê iniciativas econômicas, baseadas nos efeitos de decrescimento atual, no qual os países têm sofrido com mudanças no mercado pelas incertezas do futuro.

São cinco pontos de transformação.

  1. O primeiro deles, é deixar de focar a economia no crescimento do PIB para dar condições de outros setores crescerem a partir de investimentos, como energia limpa, educação e saúde em detrimento de outros que devem começar a diminuir radicalmente, como petróleo, gás, mineração e publicidade.
  2. O segundo ponto do documento, aponta a construção de uma estrutura econômica baseada em redistribuição, como uma renda básica universal, um sistema universal de serviços públicos, imposto de renda sobre lucro e riqueza, redução de horas de trabalho e empregos compartilhados e o reconhecimento do trabalho assistencial.
  3. A pauta dos acadêmicos também concedeu um tópico à agricultura. Para eles, é preciso que a prática tenha como base a conservação da biodiversidade, seja sustentável e com produção local e vegetariana. Para a categoria, há defesa de condições justas de empregos e salários condizentes.
  4. Para a população, a dica é reduzir o consumo e viajar mais de forma menos luxuosa e inútil, com foco em deslocamentos para locais sustentáveis e que resultem em aprendizado.
  5. Por fim, os estudiosos pedem cancelamento de dívidas, especialmente de trabalhadores e proprietários de pequenas empresas, bem como de países do hemisfério Sul.

Histórico da Holanda

No dia 28 de abril, a Holanda registrava mais de 38 mil casos de coronavírus e 4.711 mortes. Um dos motivos, para especialistas, foi a decisão do governo de adotar o “confinamento inteligente”, sem endurecer as regras de isolamento social.  A controversa teoria da imunidade de grupo ou efeito rebanho, defende o gerenciamento da disseminação da doença para que a população ganhe imunidade.

A postura do governo holandês foi amplamente criticada, principalmente pelas lideranças dos países vizinhos e especialistas em saúde, que chegaram a classificar a postura como fria e calculista. Dessa forma, holandeses podem sair, se não tiverem como trabalhar de casa, mas devem obedecer às regras de distanciamento, higiene e aglomeração. Para o governo, isso significa tratar a população como “adulto”.