Espaços públicos

Doze dicas do Gehl Architects para adaptar as cidades à nova realidade

Copenhague, na Dinamarca

A partir de uma pesquisa sobre como pessoas têm usado os espaços públicos durante a pandemia, o escritório dinamarquês Gehl Architects, referência mundial em urbanismo, produziu uma lista de ações capazes de tornar as cidades mais bem adaptadas à nova realidade. Entrevistas online realizadas com moradores da América, Europa, África, Ásia e Oceania produziram resultados reveladores sobre a dinâmica urbana e mostraram que as diferenças geográficas são pouco significativas quando se trata de oferecer espaços e usos mais adequados para todos.

Confira abaixo as 12 dicas que quase qualquer cidade pode colocar em prática:

  1. Realocar espaço para caminhadas, ciclismo, exercícios com maior distância entre as pessoas, seja por meio de extensões de calçada, fechamentos de estacionamentos ou fechamentos definitivos de ruas no nível de quarteirão ou vários quarteirões (eles podem ser implementados pelos municípios ou pelos residentes locais e organizações comunitárias);
  2. Priorizar medidas de realocação de espaço em bairros sem acesso a pé ao parque mais próximo e aos serviços essenciais;
  3. Abrir espaços fechados onde for seguro fazê-lo – como aqueles dedicados à programação suspensa (por exemplo, campos esportivos) – para expandir o acesso local ao espaço aberto;
  4. Gerenciar o fluxo em espaços públicos mais congestionados, expandindo o número de entradas sempre que possível ou dividindo e designando portas exclusivas para entrada e saída;
  5. Explorar a possibilidade de pistas de corrida ao lado de ciclovias e calçadas estendidas, para manter distância entre corredores, ciclistas e pedestres;


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  6. Expandir ciclovias em áreas de tráfego intenso para reduzir a distância entre ciclistas sem medo de acidentes de automóvel;
  7. Considerar dedicar áreas exclusivas para que os idosos possam se exercitar sem a interferência de outros públicos;
  8. Adaptar programação social e cultural oferecida pelos centros juvenis e comunitários às novas normas – seja através de modelos virtuais ou modelos seguros e fisicamente distantes;
  9. Criar programações locais (como as festas de rua) com normas seguras e fisicamente distantes — por exemplo, desenvolvendo guias de festas já existentes;
  10.  Garantir que as novas ruas e espaços abertos criem oportunidades para interação das populações idosas e de quem mora sozinho;
  11.  Criar opções mais seguras e espaçosas para o ciclismo (por exemplo, ciclovias expandidas, limitando o tráfego de carros, protegendo ciclovias de veículos em movimento);
  12.  Implementar medidas para conter o tráfego em bairros residenciais ou limitar a entrada dos mesmos, criando ruas mais seguras para caminhar.